janeiro 24, 2013

Trecho de A Lenda do Verso da Noite - A Distinção por Números - Livro I da Trilogia: As Bruxas de Braddock


James e Daiana observavam Anick balbuciar alguns versos, sem conseguirem distinguir o que realmente ela falava. Um sinistro vento uivava por entre as árvores... Num dado momento, a bruxa colocou-se de pé. As mãos ainda unidas no alto da cabeça. Agora ela falava em voz alta. ―“Mãe Terra. Deus Sol. Irmã Lua. Até onde fui por um amor. Até onde me comprometi pela paixão. Nem mesmo o mar, com suas ondas que vem e vão, poderia ter me traído como esse semelhante me traiu. Com o coração despedaçado, vos imploro. Vento uivante que vem dos quatro cantos da terra e a rodeia conceda meu pedido. Ser altivo que caminha na escuridão do mundo, aceite meu presente. Este verso da noite eu te entrego senhor. Aniquile meus inimigos... “Hoje e sempre”. As mãos baixaram e os olhos extremamente azuis se abriram. James pretendia abrir a boca para pedir-lhe que deixasse de crendices, quando um som aterrador advindo da caverna, chamou sua atenção. Não conseguia enxergar nada em meio ao negrume. Daiana também não se encontrava mais ao seu lado. Somente o sangue espesso da jovem amante, cobria as suas botas. Percebeu isso, quando olhou surpreso e amedrontado para seus pés. Assim que ergueu a cabeça, confuso e amedrontado, garras e presas afiadas dilaceraram rapidamente todo o seu corpo. Olhou para o alto da gruta. E antes de dar um fúnebre suspiro... A última imagem que avistou foram os cabelos negros e longos de Anick Dawson esvoaçando num vento quente. Uma satisfação macabra enchia o rosto da moça, enquanto ela sorria com os olhos azuis escurecidos... Fumegando lágrimas de ódio

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